17 setembro 2016

Pais internos


Quando me perguntam que parte do processo terapêutico eu gosto mais, costumo dizer que tenho profunda empatia pelo momento em que conseguimos criar nossos pais internos. 
Que qué isso, Vanessa?
Calma, explico. 
É quando decidimos nos desprender dos  pais que nossos pais foram e criamos um pai e uma mãe dentro de nós mesmos. Para nos apoiar, nos amar, nos confirmar. 
Podemos passar a vida inteira reclamando dos pais que nossos pais foram e colocar a culpa neles acerca de nossos problemas. Mas isso não resolve nada. É como andar em círculos. 
A única certeza que temos como pais é que um dia erraremos. Não tem jeito. Alguns cometerão erros pequenos, outros atingirão seu filhos de forma severa. #Fato. 
Mas cabe a nós mesmos garantir que isso não comprometa o nosso futuro, enquanto filhos. Quando perdoamos nossos pais pelo que eles são - ou foram - e criamos nossos próprios pais internos, que vão nos emponderar frente aos desafios e dizer o quanto somos especiais, é que começamos a caminhar na direção da resolução de nossos problemas. 
Sou responsável e dona/dono do meu futuro, mesmo sem poder controlar meu passado. Quando você se liberta do que pode ter acontecido de errado na sua vida, cria dentro de si a força da confirmação para ser o que quiser ser, para criar a vida que deseja ter.
A vitimização nunca ajudou ninguém. Entender que todos tiveram problemas e que todo mundo teve algum perrengue com os pais, mas que isso não deve ocupar seu futuro, seus planos e seu tempo, é tirar um peso de cem quilos das costas, é parar o mimimi diário e improdutivo. 
Não é apenas perdoar os pais pelo que eles foram ou são, mas garantir que dentro de você existam um pai e uma mãe fofos, que vão te amparar, apoiar e fornecer aquele elogio que você nunca teve. 
Você pode. E muito. Seja seu pai e sua mãe internos, ame-se, confirme-se, motive-se, como pessoa linda, que merece ser feliz e plena. 
Amém! 


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