21 abril 2016

Sexo frágil, acuma?



Essa semana escutei um colega dizer que as mulheres ainda são o sexo frágil.
Esse "ainda" fez as feministas da antiguidade se remexerem nos túmulos, sendo que todo o resto fez as moçoilas da atualidade respirarem fundo. 
Como diria meu querido Didi Mocó diante de uma frase sem noção: Acuma? 
Não sei quem inventou essa expressão, "sexo frágil", mas não poderiam estar mais errados. 
Se a mulher escolhe ser bela, recata e do lar ou CEO de uma multinacional, solteira e sem filhos, não importa. Ou mesmo se opta por ser uma mescla interessante das duas coisas, não importa. Mulher é bicho forte e está longe de ser classificada na categoria dos frágeis. 
No dicionário, frágil quer dizer "o que se danifica com facilidade". Como chamar de frágil um ser que aguenta as cólicas horrorosas da menstruação, aprende a lidar com os peitos na adolescência, a se defender do machismo nas ruas (e muitas vezes em casa!), leva em seu ventre um bebê por nove meses (mesmo inchada, sonolenta, enjoada e dolorida), passa pelas dores do parto (e nem vem com o discurso de que a cesariana é melhor porque é punk também), aprende a amamentar os filhos apesar dos mamilos estourados e aguenta todas as exigências do meio em cima do que ela deve ser/fazer. E do que seu filho deve ser/fazer. 
Somos fortes pra burro! 
Sabemos chorar quando precisa, comer um pedaço de bolo para regular o humor, tratar de vários problemas ao mesmo tempo e com a mesma qualidade. Somos duras e moles, objetivas e subjetivas. Acho que o conceito de fragilidade não se aprega a nós. 
Não sou feminista. Mas respeito quem é. Gosto que me mimem, de ganhar flores e quando abrem a porta do carro pra mim. Gosto de fazer bico e mimimi de vez em quando. 
E muito menos tenho raiva de homem. Pelo contrário, os admiro muito. Eles também passam por muita coisa. Mas admiro ainda mais o homem que vê a mulher como um ser diferenciado, que lhe deu a vida e, portanto, nada frágil. 
No final, somos todos fortes. 
E juntos, acredite, somos mais fortes ainda. Com certeza. 













Nenhum comentário:

Postar um comentário