14 abril 2016

Raposa que sabe das coisas


Tu és eternamente responsável por quem cativas. Todo mundo sabe que essas famosas palavras foram proferidas por um bicho vermelho e pequenino, personagem de um livro que é o preferido de uma entre dez misses. 
Esse mesmo. Você sabe. 
Mas o fato é que a danada da raposa tá certa. 
Já ouvi muitas pessoas falando que essa raposa é uma carente egoísta. 
E por um tempo achei que elas poderiam estar certas e essa frase ser apenas uma forma de escravidão. 
Isso até uma pessoa que eu gostava me dar as costas sem explicação. 
Aí, meus queridos, quando senti o peito arder e os olhos marejarem entendi o que a espertinha da raposa quis dizer.
Somos sim responsáveis por quem cativamos. Por nossos amigos e as pessoas que habitam nossas relações.
E devemos ser maduros o suficiente para  conversar, esclarecer, clarificar, respeitar, aqueles que trazemos para a nossa vida. Aqueles que cativamos. 
A indiferença é a pior forma de crueldade com aqueles que de alguma forma permitimos que se cativassem, que se tornassem nossos amigos. 
Por isso, meus caros, a raposa não fala que somos responsáveis por qualquer um, mas sim por aqueles que permitimos que desenvolvam afeição por nós. E isso é troca. A afeição dificilmente acontece sozinha, ela é alimentada. 
Em um mundo de relações descartáveis, de pessoas descartáveis, amigos de cinco minutos, estou mais para a raposa. 
Sou responsável por aqueles que cativo e mesmo quando fico muito tempo sem ver meus amigos, aqueles que gosto e que gostam de mim, quando volto a encontrá-los é como se nunca houvessem partido.
Se todos fossem mais raposa, quem sabe o mundo seria um lugar com mais amor, respeito e meninos que desenham chapéus que são cobras que engoliram elefantes.
E viveríamos entre príncipes e princesas.
Que se preocupam com flores. 
Simples assim.  


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