Na verdade eu não fazia a menor ideia o que era ser mulher naquela época. Só achava bonito. Não sabia o que me esperava.
Com o tempo descobri que ser mulher é muito maior e mais complicado do que parecia quando eu ainda nem sabia o que era usar sutiã.
Descobri que inchamos em determinadas épocas, que temos pitis justificáveis, furinhos na bunda, estrias e que um de nossos maiores rivais é o cabelo. E que ele muitas vezes regula o nosso humor.
Nada disso me foi explicado naquela época.
Aprendi que se maquiar é tentativa e erro, mesmo que isso implique parecer um integrante de uma banda punk rock no casamento da sua prima.
Entendi que não existe príncipe encantado, a menos que você não se importe se ele peida, arrota e esquece as coisas.
Compreendi que temos um caso de amor e ódio com o chocolate e que ele embala os melhores e piores momentos de nossa vida.
Descobri que somos tão complexas e tão fantásticas quanto a mágica de carregarmos dentro de nós um ser por meses e depois nosso coração continuar batendo fora do peito.
E, claro, nos viramos nos quinhentos para dar conta de tudo e mais um pouco.
O fato é que ser mulher não é fácil.
Como ser homem também não é fácil.
Ser as duas coisas deve ser mais difícil ainda.
Devemos valorizar as mulheres não porque temos um dia só para nós. Mas porque somos um quebra cabeça interessantíssimo. Com mais facetas do que um diamante lapidado.
E devemos valorizar as qualidades e defeitos do ser mulher, porque eles nos fazem especiais como somos, únicas como somos, moles e resistentes ao mesmo tempo.
Se ETs invadissem a terra, seria interessante ouvir a descrição da mulher que enviariam aos chefões espaciais:
Seres redondos, de extremos e intensidades, fazem muitas coisas ao mesmo tempo, mas só tem dois braços, tem visão além do alcance, mas só tem dois olhos, riem quando devem chorar, choram quando devem rir. Impossível de se catalogar, mas decidimos que queremos uma!
Adoro um ET poeta.
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