07 maio 2015

A mãe louca que existe dentro de nós






Falta pouco para o dia das mães e as homenagens começam a pipocar.
Na TV, nas revistas, jornais e, é claro, na escola.
Todo ano as mães se reúnem para escutar uma musiquinha e babar pelo filho. 
Não conta o fato da metade das crianças não lembrar a letra, uma chorar que não quer cantar e ninguém saber exatamente qual é a coreografia que deveria ser apresentada. 
Para as mães estão todos lindos e perfeitos, como barítonos de ópera, fortemente ovacionados pela platéia feminina. 
Cada vez mais tenho uma grande e clara certeza: existe uma mãe louca dentro de cada mãe real.
Falo por mim.
É impressionante o nível de loucura que chegamos pelos nossos filhos.
Uma mulher polida, simpática e educada pode se converter em uma barraqueira destrambelhada para defender seu filho. 
Minha filha é uma criança tímida e meiga, dessas que não gosta de revidar desaforo alheio.
Esses dias uma menina debochou da minha filha. Na minha frente. Ela ficou triste, mas deu de ombros.
Juro. Eu tive que reunir todo meu autocontrole para não esfregar a menina mau educada na parede.
Tipo, Vanessa você é adulta, Vanessa você não pode fazer isso, Vanessa você vai ser presa por agressão de menor. Nesse nível.
Como é difícil entender que nossos filhos tem uma individualidade, um mundo deles, onde vão ter que sofrer, aprender e crescer por conta própria.
É fácil falar. Difícil é convencer a mãe louca interna dessa filosofia. 
Eu normalmente sou uma pessoa pacata, gentil, tranquila. Nada parecida com a mãe louca que pensa em fazer boneco de vudu da criança peste que judiou do seu filhinho.
Mas acredito que isso não seja algo só meu. Acredito que toda mãe tem essa louquinha interna, que surge das cinzas em defesa do filho amado.
Já fiz escândalo em hospital para atenderem minha filha com quase 40 de febre.
Foi lindo, devia ter filmado.
E o fato é que a mãe louca interna é saudável e necessária, nos faz lutar pela prole, ama-la com todas as forças possíveis e inimagináveis. Vamos até marte pelos nossos filhos, sem medir esforços.
Acredito que a mãe louca é até bem administrável pela mãe real. 
E que toda mãe deve entender sua porção maluca como algo que faz parte do papel materno.
Difícil é administrar a vó louca, a sogra louca....
Aí é matéria para outro dia!

Beijos mil
 






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