31 dezembro 2014

DR a moda da casa



Era uma vez uma psicóloga-escritora, mãe e esposa. 
Ela estava bem feliz, almoçando uma comida boa, em um bom restaurante, muito bem acompanhada por seu marido querido e sua filha fofa.
Tipo comercial de margarina. Não das lights.
Das bem gordas mesmo, deliciosas, tipo manteiga disfarçada de margarina.
A "má"-garina! 
Até tudo virar angu. 
Já na primeira garfada vi que havia algo de errado com o casal na mesa ao lado. 
Não, eles não estavam se beijando.
Quem dera. Estavam fazendo uma DR.
Discutir a Relação é praticamente um sacrilégio frente a um prato bem feito. 
Dá azia. 
Um acusava o outro de traição (putz!) e queriam saber quem eram os eleitos. Falavam alto e gesticulavam enquanto degustavam a refeição.
Só faltava pedir opinião para a platéia e fazer uma enquete.
Tentei prosseguir com a refeição, mas ficou mais ou menos assim:
- Hum, essa carne está ótima.
- Fala a verdade, foi o porteiro, né? 
- Me passa o sal? 
- Bem que eu vi você olhando diferente para a minha amiga naquele dia.
- Prova a salada, está divina. 
- Foi alguém da academia? 
- A carne está no ponto. 
- Tenho certeza que foi o Rogério! 
- Tem churros de sobremesa?
Essa última frase foi minha e ficou meio perdida na DR gastronômica ao meu lado. 
Saímos antes dos churros, pois a briga piorou e eu fiquei com medo da mulher tacar o bolo de paçoca que o garçom acabara de trazer na cabeça do marido.
Ainda penso nos churros que abandonei, com a promessa de retornar outro dia, sem tantos dedos em riste e acusações. 
- Isso tem que virar crônica - meu esposo disse, aos risos. 
Concordo! Ei-lá!
Depois conto se o churros é bom.

Um feliz 2015, com menos DRs e mais amor, leveza, realizações, aprendizado e paz!

Beijos mil! 


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