15 novembro 2014

Tudo repolho


Minha filha estava se preparando para a apresentação de ballet. Eu arrumava seu cabelo, quando essa disparou:

- Eu não vou mais.

Como? Argumentei:

-Filha, suas amigas estão esperando, a professora, está tudo pronto.

Ela estava irredutível:

- Eu estou nervosa e não vou apresentar.

Conversei, falei que é normal ficar nervosa, mas não teve jeito. Me preparava para leva-la e explicar tudo para a professora, quando meu marido, em toda a sua sabedoria, disse:

- Sabe, filha, eu também fico nervoso quando preciso apresentar algo. Aí eu olho para a platéia e imagino que todo mundo é repolho.

Ela se iluminou.

- Repolho, pai?

- Sim - ele confirmou- E repolho não opina.

Lá foi ela toda feliz para o teatro. Durante a apresentação, de vez em quando parava e colocava a mão na boca, na clara intenção de conter o riso.

No final fomos elogia-la e questionei o por que da mão na boca.

Ela deu de ombros:

- Repolhos são engraçados.

Nada como uma boa dose de psicologia infantil.

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