13 janeiro 2014

Que idade você quer ter?





Esses dias eu e minha filha brincávamos de colar adesivos de unha.
Fui trabalhar com uma flor roxa no dedão de cada mão, devidamente acompanhada por margaridinhas.
Orgulhosa do trabalho bem feito de minha filha, mostrei para uma amiga:
- Olha que fofo!
Quando então ouvi que isso era "coisa de criança" e que eu não tinha mais idade para isso.
Confesso que o comentário dela me deixou pensativa.
Não pelo fato de minha amiga não gostar de adesivos de unha. Cada um tem seu gosto.
Mas pelo fato de ter rotulado isso como algo infantil, pertencente somente a uma criança.
Refleti o quanto fazemos isso no dia a dia.
O quanto rotulamos cada ação e ideia como pertencente a uma idade.
Decidi que vou ter a idade que quero ter, a cada momento.
Quero usar adesivos de unha mesmo sendo trintona?
Vou usar!
Quero usar cabelão compridão mesmo quando for sessentona?
Uso!
Sou vovó e gosto de esmalte black-power?
É pra já!
Desde que não seja imoral, ilegal ou irresponsável, ok!
Minha avó tem 87 anos e dá banho de jovialidade em muita menina por aí.
É livre, suave, esperançosa. Um passarinho. 
Muitas vezes sou eu quem se sente velha perto dela.
Abaixo a ditadura da idade real!
Sou criança quando brinco com minha filha e viajo em um mundo cheio de imaginação.
Sou adolescente quando escrevo meus livros e revivo tantas emoções já vistas.
Sou completamente adulta quando exerço a psicologia e tudo o que se relaciona a ela.
Mas sou uma idosa quando sinto preguiça até de levantar da cama. Ou mesmo quando peço para meu marido abaixar o volume do ipod (desculpa aí!).
Se todas as jovens fossem jovens como minha avó, o mundo seria melhor.
E você, que idade quer ter? 


Beijos mil! Feliz 2014!



5 comentários:

  1. Oi Vanessa que texto lindo,
    adorei as suas colocações, infelizmente esses rótulos são mais comuns do que deveria em nossa sociedade, a única forma de combatê-los é fazer o que você disse viver sem se importar com eles, ser quem somos independente do que digam. Adorei a postagem, parabéns pelo texto.

    http://soubibliofila.blogspot.com.br/

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  2. Texto muito interessante! Parabéns.
    Abraços Shana Conzatti

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  3. Muito interessante,pois na grande maioria das vezes,não me dou conta da idade que tenho;fiz 48 no dia 22 de janeiro agora;pois na verdade me sinto como de tivesse uns trinta e poucos.Às vezes penso,se isso é normal,ou se estou errada e se acontece com mais pessoas.Mas em contra partida o fato de em determinados momentos me dar conta da idade que tenho mesmo,me assusto e deprimo muitas vezes.Muitas pessoas dizem que não aparento a idade que tenho,e isso me anima,mas quando paro e penso,sinto um certa tristeza.Pode me dar uma "luz",é errado se sentir com menos idade do que se tem;Vanessa?Além disso,há ainda a frustração de não ter conseguido até hoje ser feliz no amor.Por muitas vezes coisas me doem tanto que me sinto uma criança,disfarçada de adulto.E voltando ao meu aniversário,sempre que vai se aproximando,me sinto desse jeito;o que não ocorria até os trinta anos.E é verdade que hoje em dia,os quarenta ~so os trinta e assim por diante? Obrigada pela atenção

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    1. Querida, seja feliz como é, independente de sua idade.
      Nos aceitarmos é o primeiro passo para sermos verdadeiramente felizes ou mesmo mudarmos aquilo que não nos faz bem.
      E se é difícil percorrer esse caminho sozinha, procure uma terapia, ajuda muito!
      Beijos no coração!

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